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Agronegócio
Fechamento da usina em Sertãozinho preocupa indústria e gera temor por empregos
Raízen justifica decisão como “reciclagem de portfólio”; setor teme efeito cascata
15 de julho de 2025
Fechamento da usina em Sertãozinho preocupa indústria e gera temor por empregos
Fonte: Direto da redação

A desativação da tradicional Usina Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), anunciada nesta terça-feira (15) pela Raízen, acendeu um alerta em todo o setor sucroenergético da região de Ribeirão Preto. Com quase 90 anos de história, a unidade — que já foi símbolo da força da cana-de-açúcar no interior paulista — teve as atividades encerradas oficialmente após anos de dificuldades financeiras e uma recuperação judicial.


A decisão faz parte do processo de “reciclagem de portfólio” da Raízen, uma das maiores produtoras de bioenergia do país. A usina, que pertencia ao grupo Biagi por três gerações e passou por diferentes controladores desde 2009, tinha sido adquirida pela Raízen em 2021. Apesar de tentativas de venda da planta nos últimos meses, a empresa optou por interromper as operações, afetando diretamente cerca de 1,2 mil trabalhadores.


Com uma dívida líquida de R$ 34 bilhões e encerrando a safra 2024/25 sob pressão financeira, a Raízen vem promovendo ajustes em sua estrutura. Atualmente, a companhia conta com 35 parques de bioenergia e mais de 40 mil funcionários no Brasil, com capacidade para moer até 105 milhões de toneladas de cana.


A medida, no entanto, preocupa lideranças do setor. O Ceise BR (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) teme os impactos em cadeia que o fechamento pode provocar na economia local. A entidade reforçou, em nota, que movimentos dessa escala comprometem a sustentabilidade industrial da região, colocam em risco empregos e afetam diretamente a capacidade produtiva de Sertãozinho — tradicional polo da cadeia da bioenergia.


Apesar da suspensão das atividades da Santa Elisa, a Raízen anunciou que parte da produção da cana-de-açúcar será redistribuída entre outras usinas da região, como São Martinho, Balbo, Bazan, Toniello e Usina da Pedra. A venda de até 3,6 milhões de toneladas de matéria-prima foi destacada pelo Ceise BR como indicativo da força do setor, ainda que envolto em incertezas.


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